Principalmente de segunda a sexta-feira, nem sempre sobra tempo, nas
poucas horas entre chegar do trabalho e dormir, para criar um clima sexy
em casa antes de transar. Um bom jeito de contornar esse probleminha é
lançar mão da tecnologia e atiçar o desejo do/a parceiro/a ao longo do dia, com sexting (mensagens, fotos e vídeos picantes enviados pelo celular).
“Mensagens desse tipo fazem parte das preliminares,
apimentam e quebram um pouco a rotina do relacionamento, dão uma
aquecida para mais tarde”, diz a sensual coach Lana Mesquita. “É muito
estimulante receber uma mensagem insinuante, sensual, ou até mesmo um
simples ‘Boa tarde, meu gostoso’. A pessoa fica na mente do outro o dia
todo, a imaginação vai longe”, continua.
O sexting também pode ser um meio bacana de esquentar o clima entre duas pessoas que estão se conhecendo. “Torna-se um jogo bem interessante,
a diversão dura mais tempo e é saboreada com muito mais intensidade. Ir
direto ao ponto muito rápido pode queimar aquela etapa gostosa da
tensão sexual positiva, que cria uma escala progressiva de
expectativas”, afirma a coach pessoal e profissional Mariana Viktor,
especializada em coaching de relacionamento e em técnicas de liberdade
emocional.
Respeito pelos próprios limites
Mas, claro, só faça isso se tiver a ver com a sua personalidade. Usar o sexting apenas para “seguir a moda” pode ser uma autoagressão e minar as chances de um relacionamento ir adiante.
“Se a pessoa é tímida, ainda não se soltou no contato ao vivo e de
repente queima suas etapas internas e se força a enviar uma foto
explícita, o parceiro pode ficar surpreso no mau sentido. É bem possível
que se instale um clima de ‘pé atrás’, porque foram passadas duas mensagens contraditórias e ele fica sem saber quem é a pessoa por quem se interessou”, alerta Mariana.
Receptividade
Se internamente estiver tudo resolvido, pense por um segundo no outro
antes de sair disparando SMSs e MMSs provocativos. É preciso saber se
há intimidade suficiente para invadir a caixa de entrada alheia com
conteúdo sexy e se, mesmo com intimidade, a outra pessoa acha isso legal ou constrangedor.
Naturalidade é essencial, porque, como lembra Mariana, “não existe
fórmula para a realização sexual”. A coach de relacionamento
complementa: “É um caminho individual, e as duas individualidades
precisam combinar naturalmente. Não existe sintonia artificial. Ou rola ou não rola. E isso a gente descobre logo nos primeiros contatos”.
Em caso de a outra pessoa dar sinal verde, é bom começar com
mensagens mais leves e, no desenrolar da conversa, ousar ou não no teor e
no linguajar. “Tudo deve ser dosado no rumo que a conversa toma, na liberdade que o outro dá”,
aconselha Lana, que também dá uma dica em relação às imagens: “Para
provocar sem ser explícito, pode mandar fotos insinuantes do umbigo, do
decote, de uma parte do corpo. A curiosidade faz o desejo aumentar”.
O ideal é o casal conseguir construir o crescente do desejo em
conjunto. “O sexting é algo que visa dar prazer aos dois, não é a mera
expressão unilateral das fantasias de um dos parceiros. É a ‘nossa’
maneira de usar, não a ‘minha’. Isso não precisa ser combinado, mas
sentido, percebido. É um exercício maravilhoso de cumplicidade”, explica Mariana.
Privacidade
É tudo muito excitante, mas não se deve deixar a segurança de lado, para que não haja uma exposição indesejada da privacidade
de um ou dos dois. Não são poucos os casos de vazamento de imagens de
anônimos e famosos (Carolina Dieckmann no Brasil, Jennifer Lawrence,
Ariana Grande e Rihanna, entre muitas outras, no exterior), e ninguém
quer entrar nessa conta, não é mesmo?
De acordo com Gilberto Sudre, professor e pesquisador em segurança da
informação, “quando se fala em tecnologia da informação e segurança não
existe 100% seguro. O que podemos fazer é tomar alguns cuidados para minimizar os riscos”.
Entre esses cuidados, o primeiro é não armazenar mensagens, fotos e
vídeos comprometedores em nuvem. “Essas nuvens são controladas por
softwares que podem ter bugs e deixar os conteúdos vulneráveis”, justifica.
Usar rede wi-fi pública também pode expor as pessoas
envolvidas, ele afirma: “Qualquer um que estiver na mesma rede pode
burlar a segurança, capturar o tráfego de dados e observar o que os
outros estão fazendo, pegando para si o que lhe interessar. Alguém
também pode criar uma rede wi-fi pública falsa para atrair usuários e
fazer tudo isso”.
Assim, a melhor alternativa é manter tudo no próprio celular e só
usar redes particulares, sejam elas wi-fi ou convencionais. Como o
aparelho pode ser perdido ou roubado, o conselho do especialista é que
sejam mantidas ativadas nele a senha para acesso inicial e a criptografia de dados.
“A senha segura atualmente precisa ter oito posições,
com letras e números, e pelo menos uma letra maiúscula. E deve ser
trocada periodicamente”, orienta Gilberto. Quanto à criptografia, há
duas alternativas: ativá-la no aparelho, quando ele tiver essa opção
(Android, a partir do 4.0, e iOS têm) ou baixar um aplicativo de
criptografia nos casos de sistemas mais antigos. Para Android, ele
recomenda o Cyphr e o Encriptar Archivos Cifrar AES; para iPhone, o
SafeBoxPro e o ChatSecure.
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