Friday, September 19, 2014

Repórteres do FOX Sports revelam cuidados para evitar cantadas de jogadores

Eduarda Peccinatti trabalhou como repórter na Band e foi contratada pelo Fox Sports antes da cobertura da Copa do Mundo Arquivo pessoal
O Fox Sports montou um time de mulheres para a cobertura de treinos e jogos pelo Brasil. E elas se preocupam em não dar margem para interpretações erradas ou segundas intenções. Por isso, cuidam de detalhes como a roupa que vestem e até sorrisos exagerados para evitar cantadas de jogadores.
Cuidados para evitar cantadas
A repórter Eduarda Peccinatti começou a trabalhar no Fox Sports na cobertura da Copa do Mundo de 2014 após uma passagem de dois anos pela Band. Ela faz a cobertura diária dos grandes times paulistas e evita se aproximar de jogadores.
“Eu me preocupo muito. Diferentemente dos homens, não dá para tentar ser amiga de jogador, ser mais próxima. Acho que tem que ser mais reservada para não confundir as coisas. Tem que impor limite, a gente está no mundo do futebol e tem que saber se portar, ver até a roupa que vai ao treino. Acho que a gente tem passar mais despercebida”.
Para as jornalistas, a necessidade de uma postura séria pode até prejudicar o trabalho pela dificuldade de conseguir fontes. “Os meninos da área ligam para os dirigentes, para os jogadores, participam dos churrascos. Não tem como a gente ter esse contato, acaba sendo mais complicado”, completa Eduarda.
A jornalista Daniela Boaventura, que trabalha no Fox Sports do Rio de Janeiro, tem o mesmo pensamento da colega. “É muito mais difícil ter fonte, as pessoas ainda confundem qualquer aproximação que seja encarada como excessiva. Qualquer sorriso mal dado ou o excesso do sorriso podem ser mal interpretados, é a maneira que você se coloca. Mas depois de um tempo, eles entendem essa diferença. Quem vai dar esse limite é você”, diz ela que, curiosamente, começou a carreira fora da editoria de esportes cobrindo de 'ocupação de morro a tiroteio' e tinha o sonho de ser correspondente de guerra.
A repórter Lara Mota também diz que tem uma postura mais firme por estar na área há mais de dez anos, época em que as mulheres no futebol ainda eram em menor número. Por isso, era preciso se impor mais para ser respeitada.
“Sempre fui muito dura, nunca dei muita margem. Como eu venho de outra geração, sempre tive uma preocupação grande de deixar muito claro que ‘comigo não’. Talvez hoje, quem chega não precisa ser tão dura, as coisas são mais leves, tem mais mulher na área”.

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